quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Flamengo lança canal de Tv pela Internet

Cristiano Freire

O clube de regatas do Flamengo está lançado um canal de Tv na Internet para beneficiar a sua imensa torcida pelo Brasil e no mundo. A diretoria conta com a torcida para conseguir 500 mil assinaturas. Se obter sucesso, o Flamengo vai arrecadar aproximadamente R$ 2,5 milhões por mês.

O vice-presidente do Flamengo, Kleber Leite, em entrevista publicada no jornal “O Globo” diz que o FlaTv permitirá ao clube contratar e investir no time de futebol. Porém, o dirigente faz questão de dizer que isso será feito sem loucuras. “ O assinante terá tudo sobre o Flamengo pela Internet. Acredito que teremos cerca de 500 mil assinaturas no começo. A dez reais cada uma, serão cinco milhões de reais. O Flamengo fica com 75 por cento dessa quantia, o futebol com 60 por cento disso. Desses 60 por cento, dez vão para os jogadores. Como a venda de computadores atualmente no Brasil e no mundo é o dobro da venda de TVs, alguém tem dúvida de que em breve teremos um milhão de assinantes?” - pergunta Kleber.

Segundo o dirigente, o assinante terá reportagens ligadas a tudo no clube, imagens dos jogadores na concentração, treinos coletivos ao vivo e imagens do vestiário antes e logo depois dos jogos.

Internet na terceira idade

Veimires Lavôr

Cada vez mais a turma da terceira idade tem procurado estar conectada à rede para usufruir de todas as vantagens e benefícios do mundo virtual.

Os interesses são os mais diversos: manter-se atualizados e informados, fazer amigos pela rede, digitar um texto, comunicar-se com os filhos e parentes distantes, fazer pesquisas.

A aposentada Isaura Martins, 62 anos, aluna do curso de informática do Projeto Vida Ativa, da UniverCidade, conta que ingressou no curso pela necessidade de se atualizar, adquirir conhecimento e também para preencher mais seu tempo. “Depois que meus filhos casaram-se e saíram de casa, percebi que tinha ficado um pouco à toa e precisava fazer algo novo”, revela.

Isaura não esconde que teve dificuldades em dar os primeiros cliques no mouse e a manusear o teclado. "No início, tinha dificuldade de memorizar o conteúdo, mas depois de dois meses de curso, me sinto alfabetizada. Faço pesquisas e me comunico com meus filhos através de e-mails”, conta.

Há sete anos como professor do Projeto Vida Ativa, Luiz Carlos Vilela, explica que mais do que uma metodologia específica, a palavra-chave para ensinar as pessoas da terceira idade é paciência. ”É indispensável compreender que cada aluno tem o seu limite, sua velocidade, seu tempo”, acrescenta.

Segundo pesquisa realizada em todo o país pelo SESC, em parceria com a Fundação Perseu Abramo, apenas 4% dos idosos sabem acessar à internet. O estudo ouviu 3759 pessoas com idade acima de 60 anos, nas cinco regiões do país, e identificou que os idosos têm pouca familiaridade com as novas tecnologias, como o computador, e também que quase metade dos entrevistados (49%) são analfabetos funcionais, ou seja, sabem pouco mais que escrever o próprio nome.


Os 200 anos da Imprensa Nacional

Ricardo Corrêa

A Imprensa Nacional se confunde com a história do próprio país. Trazida pelo príncipe regente D João VI, no início do século XIX, juntamente com a chegada da família real portuguesa, servia como porta voz do governo e para trazer notícias da guerra em Portugal que havia sido invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte.

Um decreto de D João fundou, em 13 de maio de 1808, a Imprensa Nacional que, em princípio, recebeu o nome de Impressão Régia. Ao longo desse período muita coisa mudou contribuindo com a informação e a cultura do país.

Segundo Luiz Felipe Galvão de Oliveira, professor e historiador, a inauguração da imprensa foi recebida com euforia pela sociedade e pelos intelectuais da época. “Foi um marco na história brasileira, liberando a imprensa que no período colonial não era permitida”, explica.

Fundado em 10 de setembro de 1808, a Gazeta do Rio de Janeiro foi o primeiro jornal impresso do Brasil. Era escrito pelos nobres portugueses e por intelectuais brasileiros que viviam na nova sede da corte.

No próximo ano, 2008, comemoram-se os 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro e, também, o bicentenário dessa instituição que foi fundamental para o Brasil. “Tem que pautar as comemorações na imprensa também porque é de muita importância comemorar esse feito”, completa Luiz Felipe.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Quem acredita em horóscopo?

Paula Ranieri Braga

Muita gente acompanha o horóscopo na mídia, seja por jornal, revista ou até por televisão. As previsões geralmente são semelhantes umas das outras, o que causa estranheza aos espectadores mais atentos. Mas, o que a maioria dos leitores não sabem é que esse quadro é produzido pelos próprios produtores de programas e matérias.

Um exemplo disso é o Horóscopo da Lili, do programa “Tarde Legal” da Rádio Globo. Daniel Penna Firme foi um dos produtores do quadro e, apesar do mesmo ter um forte apelo humorístico, Daniel já atendeu vários ouvintes que agradeciam sobre os conselhos astrológicos: “Alguns ouvintes ligavam pra mim para pedir a repetição do número do signo, para agradecer, entre outras coisas, mas o foco do quadro era humorístico, para o personagem fazer uma piada em cima da dita previsão”, explica.

Mesmo sendo produzidos por jornalistas na sua grande maioria, muitos leitores garantem a veracidade das previsões e adoram os resultados: “Freqüentemente acompanho o horóscopo e um dia li que uma coisa muito boa aconteceria na minha vida profissional naquele momento. Foi quando fui promovida no mesmo dia”, conta, orgulhosa, Solange Oliveira, promotora.

A astróloga Lillian Fernandes aconselha a quem quiser saber as informações corretas sobre o seu signo: “o melhor é que as pessoas procurem um astrólogo, para fazer um mapa completo, analisado com base da ciência astrológica e a parte intuitiva do indivíduo”.

A astróloga afirma que as informações divulgadas em horóscopos devem ser interpretadas com cautela: “Se você coloca um pensamento na cabeça de alguém, influencia uma pessoa e ela acredita, criam-se situações que podem ser colocadas em risco. Mas ainda acho que o horóscopo é uma certa diversão aos leitores e não deve ser considerado na íntegra”.

Focas no rádio

Paula Ranieri Braga

Um dia, simples estagiários. No outro, apresentador e produtor de programa. Foi uma reviravolta quando Victor Grinbaum e Michel Menaei descobriram que, juntos, iriam comandar as tardes do fim de semana na Rádio Haroldo de Andrade. Victor e Michel, juntamente com uma equipe de jovens universitários estrearam o “Vibração a 1060” , programa que vai ao ar no sábado as 17 hs e domingos às 16 horas, com muita música, informação e diversão para os ouvintes.

Tudo começou quando Michel foi convidado a participar de um programa na rádio. Gostou da experiência e, aos poucos, foi sugerindo pautas. O esforço de Michel foi recompensado e ele começou a estagiar na emissora, levando consigo o amigo Victor Grinbaum. Em pouco tempo, Victor foi chamado para apresentar o programa esportivo “Agitando a Galera”, no lugar do radialista Áureo Ameno: “Eu me lembro que em um belo dia, o diretor da rádio, Haroldo Júnior entrou na minha sala e disse ‘garoto, você vai entrar no lugar do Áureo Ameno aos domingos. Se vira’. Percebi que era a oportunidade da minha vida”, conta Victor, que chamou Michel para produzir o programa.

Passado algum tempo, Victor ganhou dois horários no fim de semana: “A rádio fez recentemente uma mudança de programação, e apesar do Agitando ir bem, não tínhamos ouvintes. Então decidimos mudar o estilo, o que acabou coincidindo com as mudanças da rádio. Resolvemos fazer uma rádiorevista, falando sobre cultura, música, entrevista, para agradar este público que não quer saber de futebol”, conta Victor.

Para o novo programa, ingressaram na equipe os alunos Douglas Gamma e Julio Avila, além da ajuda primorosa de Sérgio Santos, capacitador da ONG UNIRR nos esquetes de humor e produção de sábado e de Fernando Almeida aos domingos. A experiência é válida para a equipe, que, apesar de não receberem remuneração, crêem que a atividade será benéfica: “Eu acredito que o novo programa dará certo, acredito no projeto, os nossos telefones não param de tocar na hora do programa. Produzir uma rádio revista é um desafio constante. A gente tem que agarrar as oportunidades quando elas surgem”, analisa Michel.

Jornalismo Online tem qualidade?

Ramon Mello

Você costuma ler o jornal impresso ou o jornal online?

Estima-se que em aproximadamente três anos, o jornalismo online deve alcançar 18% da audiência global de notícias, três vezes a estimada para revistas e jornais, as informações são de um estudo realizado pela PricewaterhouseCoopers (PwC) e da Associação Mundial de Jornais (WAN, na sigla em inglês).A interatividade e convergência das mídias nos portais de notícias tem atraído, a cada dia, mais leitores para o universo virtual. No Globo Online, por exemplo, cerca de 50 mil pessoas (visitantes únicos) comentam por dia as reportagens publicadas.Mas diante de tanta correria para publicar uma enorme quantidade de notícias, a qualidade do que é produzido não diminui?

Para a gerente editoral do portal Click21, Adriana Lessa, a qualidade pode ser mantida, mesmo que publicadas com rapidez, se as matérias forem bem feitas e apuradas.“O jornalista (o editor) e o dono do veículo devem primar por essa qualidade. Mas a velocidade não é inimiga da qualidade: o rádio, por exemplo, e a TV são muito rápidos na transmissão da informação e, nem por isso, têm sua qualidade questionada (quando o jornalismo é bem feito, claro, pois veículos questionáveis existem em todas as mídias, não apenas na digital).”, afirma Adriana.

Mas para Miriam Abreu, editora do portal Comunique-se, espaço voltado para jornalistas e estudantes de comunicação, o jornalismo perde muito com a correria da Internet.

“Como o diferencial da Internet é justamente a publicação da notícia na hora, a qualidade fica comprometida. Quando temos uma notícia em primeira mão no ‘Comunique- se’, procuramos pensar primeiro na notícia, que deve ser completa e correta. Claro que dar os fatos na frente do concorrente é importante, mas se falta uma informação ou há algo não muito claro na matéria, preferimos não publicar sem antes tudo estiver confirmado.”, explica Miriam.

Contudo, o resultado de um encontro sobre jornais e Internet, realizado pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ), em São Paulo, apontou que os veículos impressos preservam a credibilidade quase como uma marca registrada. Ou seja, o maior desafio é como levar a credibilidade dos jornais para a web.

Palavras difíceis desta edição


Gustavo Cordeiro

Na manhã seguinte ao desabamento no túnel Rebouças, os jornais O Globo, JB e Estadão noticiaram sete toneladas de terra vindas abaixo, a Folha publicou três. A diferença, de quatro toneladas, faz crer que alguém está certo e o resto é um erro.

“O jornal é um documento firmado, disponível, por isso é importante, mais do que TV ou rádio, já que palavras vão ao vento”, segundo o historiador Milton Teixeira, e isso dá ao jornalista um statu quo de intelectual. Antes, por não existir o curso de jornalismo, jornalistas eram economistas, advogados etc. Firmava-se no metier pelo talento em escrever. Quando foi criado o curso, o mercado foi abastecido com jornalistas “fabricados”, ainda de acordo com o historiador.

Para alguns, a chegada da Internet e o aumento da produção fez com que a qualidade do que é escrito diminuísse. “O que mudou foi o meio”, afirma Rodrigo Lariu, 34, que já colaborou para os jornais O Globo e Folha , “antes o cara tinha que ter reconhecimento, o entrevistado tinha que saber com quem ia falar, para não ser mal compreendido. Hoje o cara lê três sites, manda um e-mail e acha que tá tudo certo”. Teixeira tem a mesma opinião: “Meu maior medo em uma entrevista é a burrice do entrevistador”.

A pesquisadora Micheline Christophe, 53, especialista em jornalismo, vê o oposto “O jornal usa a linguagem de seu tempo e hoje rebusco é bobagem, não se pode ater a isso” e completa afirmando que as ferramentas de revisão e pesquisa fazem com que o texto fique mais fino e cuidadoso. Segundo ela, não se deve atribuir a culpa somente ao jornalista. A estudante de jornalismo Raquel Catauli, 25, concorda “acho que o problema é de cada um, que se dedica ou não. Quem é bom se destaca”. Isso justificaria o jornal Meia-Hora fazer uma coluna chamada “palavras difíceis desta edição” para elucidar seus leitores. Nessa coluna você pode aprender o significado de “metier”, “rebusco” e “elucidar”.