quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Por trás do click

Rodrigo Abreu

Quem vê um rapaz, de pouco mais de trinta anos, alto, magro de cabelos alourados e compridos, no melhor corte estilo Steven Seagal, não imagina que ali está um profissional com dezoito anos de pura imagem. Fotógrafo desde a adolescência, Henrique Huber, hoje coordena o setor de fotografia do jornal Folha Dirigida. Descontraído e bem humorado Huber falou sobre diversos pontos importantes da fotografia, do seu modo de pensar e agir como fotógrafo.
Entrando na maioridade profissional, ao longo de seus 18 anos de experiência ele já passou por tudo. De tiroteios a entrevistas com presidenciáveis, Huber destaca o que julga ser um dos primórdios do profissional da comunicação. “Normalmente o mal colega, o antiético, é posto de lado pelos próprios companheiros. “, afirma ele, explicando que o exclusivo, o flagrante, não pode acabar com a camaradagem entre os profissionais. “Se eu estiver em um lugar, com vários colegas de imprensa procurando alguma personalidade, e eu por algum motivo achar ela antes de todos, faço a minha foto, garanto o meu e aviso os outros. Muitos não avisariam.”
Ele vive no Rio de Janeiro desde a infância Huber classifica a violência carioca como uma guerra. Para ele, não há muitas diferenças entre os profissionais que sobem os morros cariocas durante uma incursão com aqueles que estão no Iraque cobrindo os conflitos movidos por crenças e culturas. Certo dia ele estava dentro de uma Kombi parado em um engarrafamento, quando se viu na linha de tiro em um confronto entre policiais e traficantes, se protegeu e não fez as fotos, pois se ele podia ver os traficantes e os policiais, ele também poderia ser visto. “Aquele que perde o apelo pela vida ou pela integridade física, está fadado à morte”, dispara ele que tem certeza que nenhuma foto vale a vida do profissional, por mais que se queira a melhor foto sempre, é necessário saber até onde se pode ir.
Dezoito anos de profissão fizeram ele entender que por uma foto única ele abriria mão dos momentos de descanso e lazer, momentos estes, super importantes se levarmos em consideração que ele trabalha, normalmente, doze horas diárias.


Um comentário:

Marcelo Bernstein disse...

Tem que dar uma linha de espaço entre os parágrafos, porque o texto está tijolo....